Wednesday, August 31, 2005

O Sr. Goffman e as suas máscaras

Para quem passou por um momento de insanidade ou foi, por motivos académicos, obrigado a interessar-se por ciências sociais deverá conhecer o Sr. Goffman, Erwin Goffman.

Como a maior parte destes tipos, o Sr. Goffman diz aquilo que todos sabemos mas coloca esse senso comum que qualquer lavrador conhece sobre a forma de teoria e, assim, surge a teoria das máscaras sociais.

Ora aquilo a que, em duas linhas, se resume a dita teoria é que todos nós agimos num “teatro social” e colocamos uma determinada máscara ou seja, moldamos o nosso modo de ser, falar, vestir, agir de mediante a situação em que nos encontramos. O Inspector Serra, realmente, pode oscilar entre o mais animalesco das criaturas quando, por exemplo, vê o seu Benfica ser encavado a sangue frio pelo galo de Barcelos e o mais cordial dos cicerones quando as circunstâncias assim o exigem.

As máscaras não têm fim e aquele que pretende ser o mais adaptável deverá ter no seu guarda roupa uma série delas – a máscara séria, a divertida, a de engate, a de business man, a de simpático, a de gajo com cara de mau…

A única coisa de que o Inspector Serra suspeita é que estas máscaras do Goffman devem ser feitas na China e, devido às quotas de importação, muitas deverão estar retidas nas alfândegas pois o Inspector Serra só vê gajos com a máscara de labrego e esses parecem nunca a mudar… e esta, senhor Goffman, hem?

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, August 30, 2005

Metódicos

Malta metódica é malta anti-natural. Talvez já tenhamos sido invadidos por extra-terrestres e estes assumiram a forma dos metódicos.

O Inspector Serra não acredita que seja humano nunca deixar um dia a loiça por lavar, não deixar, ocasionalmente, uns boxers pelo chão da casa de banho ou o lençol de banho escarrapachado em cima da cama.

O metódico acha horrível e impossível sair de casa sem antes fazer a cama; o humano não só acha normal como se sente feliz por ter aproveitado mais 5 minutos de sono. O feliz do humano, tal como o Inspector Serra, quando tem visitas não anunciadas na sua maison recebe-as sempre com a mesma frase “Desculpem a desarrumação” mas na casa do metódico tudo brilha, nenhuma prateleira tem pó, não há cartas de correio aleatoriamente espalhadas por qualquer lado… enfim… tratam-se, claramente, de zonas francas, alheadas da realidade do humano que, sem tempo e pachorra, descarrega no pó e na loiça por lavar as frustrações do seu dia-a-dia.

Talvez o sintoma mais comum num metódico seja, quando se vai até sua casa beber um copo, passar-nos sempre, à velocidade de uma bala, uma pequena base prateada do IKEA para poisarmos o copo e, assim, não deitar por terra tudo o que o metódico esteve cuidadosamente a construir e deixar marcas de copo nos móveis. Na casa do Inspector Serra é diferente: “Serra, onde é que posso por a cerveja?”; “Põe em qualquer lado que eu depois levo isso para a cozinha”

O pior nos metódicos é o sentido de perfeição que nos arrelia a todos nós que, no fundo, não o temos. Mas, caros amigos, não somos nós que estamos errados… as “imperfeições” fazem parte da vida e são elas que nos tornam únicos; já os metódicos são simplesmente doentes e, se querem tirar a prova dos nove, da próxima vez que forem a casa de um deitem, acidentalmente, cinza de cigarro para o tapete. O Inspector Serra promete que o metódico tira uma baixa prolongada!

Sejamos sérios,
Serra

PS: Porque é que será que, quando a escrever este post, o Inspector Serra parecia que estava a escrever sobre mulheres? Curioso…

Friday, August 26, 2005

Desculpas esfarrapadas

O Benfica perder ou assistir a um concerto do João Pedro Pais com o Madi a fazer 1ª parte são massagens de relaxamento quando comparados com o tilintar dos nervos do Inspector Serra, qual carrilhão de Mafra, quando lhe dão uma desculpa esfarrapada.

Desculpas esfarrapadas não só são um insulto para quem as conta (porque passam por broncos – que talvez até nem o sejam), como para quem as ouve (porque os tentam fazer por broncos) ou seja, é um lose-lose situation e que deverão ser postas de lado a toda e qualquer hora.

Desculpas como “Não tenho saldo no telemóvel”, “Tive problemas pessoais” ou qualquer coisa tão elaborada como “O meu carro avariou” são algumas das mais comuns desculpas esfarrapadas que o comum do português se lembra.

Obviamente há quem seja mais hábil para mentir do que outros daí a explicação de existirem directores de topo e o comum trabalhador pois, se formos analisar bem a situação, é a sua capacidade de mentir ou, usando a frase politicamente correcta, contornar as situações que consegue, tantas vezes, levar a água ao seu moinho.

No fundo a arte da desculpa reflecte também um pouco da nossa educação e da nossa capacidade de lidar com as situações. Não é, portanto, à toa que as melhores desculpas venham de malta fina, que sabe estar, que antecipa a desculpa e sai do número imaculado, com classe e no final ainda faz uma vénia. Quem, não tem a arte e a capacidade para isso, atrapalha-se, perde o discernimento e sai-se com uma desculpa esfarrapada onde era melhor, se calhar, nem dizer nada.

Pensem nisto porque o Inspector Serra agora tem de se ir embora porque acabaram de ligar da garagem e o seu carro está a arder. Por isso é que ele não continua este post… é a pura das verdades!

Sejamos sérios,
Serra

Thursday, August 25, 2005

Offside Trap

Durante anos a ciência deparou-se com um incontornável problema para o qual nem Einstein, nem Edison, nem Marie Curie chegaram a conclusões definitivas – como descobrir, no meio da multidão, um paneleiro.

Obviamente há aqueles que se destacam por si mesmos e, quase afixando um cartaz, afirmam orgulhosamente que arrebanham lenha mas foi o Inspector Serra que conseguiu sintetizar uma fórmula ardilosa de desmascarar o mais camuflado dos fanchonos que andam por aí.

A fórmula, como todas as coisas geniais, é de uma extrema simplicidade mas de uma feroz eficiência e passa por perguntar ao suspeito “O que é um fora de jogo?”

Se o interrogado souber a resposta (mas já de acordo com as novas leis da liga) então é porque está inocente, a sua bilha continua intacta e o cheirinho a patcholy é apenas uma escolha errada de perfume e não o aroma natural. Caso contrário se se ouvir “Um fora de quê?” ou “Isso é de futebol, não é?” então está descoberto o rabiçaca e está visto que o único desporto para o qual o bicho(a) sabe as regras é o de salto de cú para a picha.

Não acreditam na veracidade do Inspector Serra? Então vão até ao Sétimo Céu ver se alguém por lá sabe o que é um offside…

Entretanto o Inspector Serra tenta desenvolver uma fórmula para fufas mas ainda não conseguiu lá chegar… Mas anda pelos lados de “Queres que te ofereça uns sapatinhos Prada?”. Se disser que não é porque é desviada… carece de prova, no entanto…

Sejamos sérios,
Serra

Wednesday, August 24, 2005

Boné

Quando o Inspector Serra era miúdo os seus pais ou os seus avós insistiam em que usasse um boné quando andava ao sol. A coisa nunca foi do agrado do Inspector Serra pois, para além de lhe dar ar de puto xoné, fazia comichão e um gajo começava a transpirar tanto do couro cabeludo que até afogava os piolhos.

Resumindo, o Inspector Serra arranjava sempre maneira de mandar o boné para o galheiro e lá continuar a fazer a sua vidinha de jogar às caricas ou à bola na praia de cabelo ao vento.

Assim, é com espanto que hoje o Inspector Serra se depara com putos que não só usam o boné por opção mas, mais grave que isso, utilizam o boné à noite geralmente acompanhado de uma camisa à manga cava e de muito amigo bimbo com a mesma indumentária.

O Inspector Serra não vai opinar neste post sobre moda há items que são, imediatamente, sinónimo de labrego à vista e o Inspector Serra passa a enunciar:

- Boné à noite
- Cartola a qualquer hora do dia
- Boina
- Suspensório
- Lenço de pano onde o labrego se assoa e depois limpa o suor ( o chamado lenço multitask)
- Manga à cava estilo luta greco-romana (especialmente as brancas cujo “decote” vai quase ao umbigo)
- Bengala (exceptuando tratar-se de um septuagenário)
- Cachimbo (idem com o de cima)
- Óculos de ler com fiozinho
- Fato de treino
- Calça de ganga retraçada como se lhe tivesse passado um cortador de relva por cima

E estes são apenas alguns exemplos que a mente cansada do Inspector Serra se recordou…

Se utiliza algum dos items acima enunciados, quando passar pelo Inspector por favor passe para o outro lado do passeio e não despolete a violenta fúria do Inspector Serra.

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, August 23, 2005

Caga-rentes

O Inspector Serra é um gajo tolerante e não se considera nem preconceituoso nem discriminatório. Pretos, amarelos, encarnados, gordos, altos, magros, marrecos, coxos, a todos o Inspector Serra olha com os mesmos olhos tendo a lei como a sua única bitola.

Existe, no entanto, uma excepção; uma figurinha que faz os olhos do Inspector Serra quererem saltar da órbitas e que lhe põe o sistema nervoso a saltitar como um poltro selvagem: o caga-rente.

Para quem não sabe (mas concerteza já desconfiou) o caga-rente, para ser considerado nessa categoria, não pode ter mais de 1.60m, no entanto a altura não é condição única para ser admitido no restrito clube dos caga-rentes.

De facto, para se ser tomado em conta como um caga-rente, há que aliar à altura mínima uma postura de mau vinho com um ar arreliado. Também há a hipótese do caga-rente pintas que acha que é um grande (pequeno) naco e, geralmente, anda sempre a alisar e a remexer o cabelinho.

Bem… tudo isto, caros amigos, para lhes confessar que a estes caga-rentes a quem só apetece enfiar, inadvertidamente, o joelho pelos incisivos “adentro” a vida foi-lhes cruel mas mais cruel ainda ser-lhes-á o Inspector Serra.

Assim, quando sentirem uma pressão nas rótulas e não virem ninguém, olhem para baixo e reparem se não têm um caga-rente a rondar-lhes as canelas. Se tal for o caso o Inspector Serra recomenda um chuto de saída à boa moda do Rugby.

Sejamos sérios,
Serra

Monday, August 22, 2005

Os poisos do Inspector Serra – Chapitô

Hoje o Inspector Serra inicia uma nova rubrica intitulada “Os poisos do Inspector Serra”. Nela o Inspector Serra vai dar a conhecer vários lugares onde, devido a frequentá-los com assiduidade, pode ser encontrado e que, assim, sugerem a qualidade do local em questão.

Vejam esta rubrica como a retribuição que o Inspector Serra dá à sociedade devido a tudo de bom que a vida lhe ofereceu (frase tão típica das ditas figuras de jet set).

O Chapitô confunde-se, na sua essência, com a Assembleia da República já que lá habitam dezenas de palhaços e malabaristas mas, para além da deslumbrante vista sobre Lisboa, oferece uma das melhores esplanadas que a nossa capital tem para oferecer.

A coisa, no entanto, é escondida para burro e apenas os menos incautos conseguirão lá chegar. Estranhamente está sempre à pinha de camones que lá devem ter nos seus guiazinhas da Lonely Planet a recomendação do spot.

Com camones ou sem eles a verdade é que o local é mesmo agradável para um serão durante a semana, um jantar ao ar livre com vista para Lisboa ou para um almoço de sábado prolongando-se para uma tarde a emborcar caipirinhas ou imperiais geladas.

Para os mais afoitos e solteiros o Inspector Serra recomenda que metam conversa com os inúmeros grupos de estrangeiras divertidas que por lá andam pois dão sempre trela e passam-se ali horas divertidas a treinar o inglês, o francês ou o espanhol. Para mais, como agente da autoridade, o Inspector Serra tem sempre imenso gosto em oferecer as indicações do que de melhor e mais escondido a nossa Lisboa tem para oferecer.

Durante a semana, entre as 23.00 e as 00.00 há sempre um mini espectáculo divertido com um dos tipos que compõem a companhia do Chapitô o que proporciona um serão bem divertido e animado.

Seja palhaço, seja sério, vá ao Chapitô.
Serra

Chapitô
Costa do Castelo nº1/7
Tel. 218855550
Lisboa

Friday, August 19, 2005

Os homens não se querem bonitos

Por mais que as marcas dos cremezinhos adelgaçantes, das pomadas que instantaneamente criam abdominais ou dos after shaves com bálsamo nos tentem convencer do contrário a verdade é esta e é irredutível.

Quando o Inspector Serra afirma que os homens não devem ser bonitos não quer insinuar que devemos todos parecer o Quasímodo mas antes que o homem nunca deve ser mais bonito que a mulher que acompanha.

Tal como num tango existem passos para o homem e para o seu par e, numa relação, se o homem se assumir como o elemento mais fisicamente atraente é quase como num concurso de patinagem artística ser a moça a atirar o gajo ao ar – simplesmente não é natural.

Todos sabemos que as mulheres têm o gene do centro das atenções portanto quererão tudo menos um Adónis para desviar os olhares. Assim, quando o macho sai com uma mulher menos abonada pela natureza nunca deve fazer a barba e deverá sair de fato de treino e ténis. Se a coisa for grave deve considerar o fio com o crucifixo e a manga de alça.

Acreditem meninas que os homens portugueses que vêem nos centros comerciais ao Domingo não são, verdadeiramente, feios mas antes, protegem as suas esposas, que amam, ao esforçadamente conseguirem camuflar a sua beleza realçando a bigodaça ou as unhas compridas (o chamado estilo garra).

Paneleiragem que anda pelos ginásios a cultivar o corpinho, deixem-se disso. Sejam amigos das nossas mulheres e vão mas é para o café beber umas minis.

As mulheres querem-se lindas, os homens querem-se sérios.
Serra

Thursday, August 18, 2005

Split

O Inspector Serra anda louco. Acreditem ou não, acabou de adquirir uma passagem de avião Madrid – Split – Madrid (com escala em Praga).

É verdade, as férias não estavam previstas, o Inspector Serra não sabe nada do que por lá há, vai ter de ir de carro até Madrid, não tem onde ficar, não sabe para que ilha ou terra vai mas mesmo assim marcou a coisa e está a delirar com a situação.

O Inspector Serra acredita que férias à homem são assim. Um gajo vai tratando de tudo, migalha a migalha, alia a comodidade do avião ao espírito aventureiro personalizado pelo mítico Caine (o Grasshopper) no Kung-fu.

Entretanto o Inspector Serra, depois da extensa investigação que fez no decorrer do dia de hoje, já sabe tudo sobre a Dalmácia, sobre Split, sobre as ilhas de Brac e Hvar, sobre as praias de Zlatni Rat ou a praia de Bacvice enfim, um verdadeiro expert...

Só a excitadeira de não se perceber nada dos nomes faz subir a adrenalina até à pontinha dos cabelos e esta incógnita de poder estar até ao último dia sem nada planeado de como é que o Inspector Serra se vai desenrascar por terras croatas põem-no com um estado de risota que só visto.

Poucas dúvidas haverão que a maior parte das coisas que mais alegrias nos trouxeram na vida foram as imprevistas, as ocasionais, as surpresas. As férias, para o Inspector Serra, são assim, como um virar da esquina, como o entrar numa gruta sabendo que do outro lado pode estar um paraíso ou um inferno. Seja uma coisa ou outra o Inspector Serra vai verificar – na primeira semana de Setembro vai em emissão especial à Croácia – e, pelo que rezam as crónicas e por aquilo que o Inspector Serra já viu por terras vizinhas, ao menos as gajas são boas (ora cá vai um critério), e um lusitano consegue ter um ar exótico.

Até já imagino as queridas a dizerem: “Kakav krupan pištolj, moj krasan Serra”

Sejamos sérios,
Serra

PS: OK… o Inspector Serra satisfaz a curiosidade: “Que grande pistola, meu lindo Serra”... Au!

Putas

Putas é uma raça que enerva o Inspector Serra. Não pela profissão em si mas pela condescendência que a sociedade lhes dá.

Há quem diga que, coitadinhas, estão a fazer pela vida, têm contas para pagar, têm trinta por uma linha, coitadinhas das prostitutas, legalizem-se, passem recibos verdes... F***-se, mas o que é esta merda? Putas são putas e mai nada.

Alguém tolera o traficante de droga? O chulo? O ladrão? Todos têm lá a conta da EDP e da EPAL para pagar e lá por isso alguém lhes dá a mão amiga?

O Inspector Serra não percebe a condescendência para com as putas (sim... putas, pois prostitutas é nome fino) pois elas, como toda a bicheza da má vida nocturna, optaram pelo caminho fácil... Quantas pessoas não ganham a vida humildemente, é certo, mas com dignidade? Quantas pessoas trabalham noite e dia por tuta e meia para pôr as suas crianças a estudar?

A verdade é que a essas pessoas, dignas, ninguém ajuda, ninguém faz campanhas... só se veêm é associações pelas putas, pelos drogados...

Ò que porra, grita a bom som o Inspector Serra, está criada na sociedade a ideia de que esta gente que optou pelo caminho errado são pobrezinhos, vítimas, foi a vida que os levou a isso, foram as dificuldades...

Cada um opta por aquilo que acha melhor e cada um colhe os frutos da sua decisão. Não venham dizer ao Inspector Serra que foram as condicionantes, que não tinham escolha - talvez andem a ver demasiadas vezes o Pretty Woman – putas são putas por opção, por preguiça, por sedentarismo, por facilidade. No fundo é escumalha que troca a dignidade por um salário mais elevado e não há nada mais triste no mundo do que aqueles que vendem a alma.

Sejamos sérios,
Serra

PS: o Inspector Serra pede desculpa aos seus leitores pelo post mais duro mas são 2.30 da manhã e o Inspector Serra já se encontra um pouco alcoolizado (está fora de serviço) e nervoso com a quantidade de prostituição que o vinha a assediar no seu regresso a casa...

Wednesday, August 17, 2005

Ter critério

Já não é a primeira vez que chamam paneleiro ao Inspector Serra. O insulto não vem do facto do Inspector Serra ter decidido comprar um coldre cor de rosa ou ter decorado o cacetete com missangas mas sim devido a, por vezes, não dar o andamento que certas tipas esperam que o Inspector Serra lhes dê.

O Inspector Serra é um gajo comunicativo e, portanto, dá conversa a toda e qualquer bicheza que lhe apareça nem que seja para ser educado e sociável mas, daí a partir para o home run há um caminho tortuoso a percorrer e, quais 12 trabalhos de Hércules, muita coisa a provar, a confirmar, a testar, a reconfirmar… A isto não se chama ser-se paneleiro, chama-se ter critério.

Nesta nossa sociedade imediatista deixou de haver lugar para o critério para se tomar o princípio de o que vem à rede é peixe, o que intriga o Inspector Serra quanto ao que estes pescadores de arrasto realmente quererão da sua vida sentimental e afectiva.

O Inspector Serra prefere, a milhas, estar no conforto do seu lar com um bando de índios a jogar Playstation do que estar enrolado com uma qualquer gaja que não preencha o critério do Inspector Serra. A política do aviador que chega a casa para fazer o risquinho na parede de “mais uma que marchou” está tão na moda como o penteado com permanente mas estes Zézé Camarinhas armados à macho insistem que homem que é homem não vacila e toca de comer tudo.

Há que ter critério, fanchonos amigos, senão, assim aos tiros no escuro, ainda lhes calha a filha(o) do Néné.

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, August 16, 2005

Blog addict

Esta merda dos blogs começa a preocupar o Inspector Serra. A preocupação nasceu no espírito do Inspector Serra ao analisar o comportamento do leitor G! que, ao ter estado ausente alguns dias do mundo dos blogs, volta em força e toca de ler todas as crónicas e tecer os seus comentários.

Como em tantas coisas na vida, temos, por vezes, que rever nos outros o nosso próprio comportamento para colocarmos travão à embalagem excessiva que o pé direito dá ao acelerador (ou à expressão anglo-saxónica preferida pelo Inspector Serra “gas”).

A verdade é que o Inspector Serra se revê no comportamento quase psicótico do G! em vir aos blogs, ver o que se disse, comentar, mandar a piada, regressar para ver se alguém respondeu, por vezes dar com ele a pensar sobre o que é que vai escrever…

Macacas me mordam (são preferíveis aos macacos) como é que alguém ocupado como o Inspector Serra que, para mais, se anda sempre a queixar de que não tem tempo para nada, que não pode isto, que é impossível aquilo arranja sempre tempo para, qual alcoólico a sacar da garrafinha de bourbon, vir aqui mandar o seu bitaco, ir ao blog de x mandar a recomendação, ao blog de y enviar a autuação…

O Inspector Serra tem de começar a controlar-se sob a pena de, um dia, passar a vida, de manhã à noite, aqui a brincar com os blogs, a mandar postzinhos, a comentar, a responder….

Caro G!, amigos que também tenham enfiado a carapuça, qualquer dia estamos nos B.A. (Blogueiros Anónimos)… Mas olhem, que se lixe, que o Inspector Serra gosta é desta palhaçada!!!

Sejamos sérios,
Serra

Thursday, August 11, 2005

À primeira vista é fácil

Quando as coisas são vistas à primeira vista geralmente são mal vistas ou, no mínimo, vistas parcelarmente o que, no fundo, quer dizer, também, que são mal vistas.

Esta conversa da primeira vista aparece aqui no blog do Inspector Serra porque houve uma criatura que afirmava piamente ao Inspector Serra que paixão à primeira vista era perfeitamente natural.

De uma forma pedagógica e tranquila, o Inspector Serra pegou na crina da gaja em questão e explicou-lhe, calmamente, que não há disso… no máximo pode-se falar em tesão à primeira vista… e que, muitas vezes, se traduz no bonito pecado mortal da luxúria.

Amor à primeira vista? Para o Inspector Serra este tipo de pensamento provém dos mesmos desiludidos com a vida que também crêem que a resposta para os seus problemas está no Euromilhões. No fundo a falácia é a mesma. É a apologia do fácil.

É fácil um gajo ir a passear e passar por uma massagista sueca chamada Inga, convidá-la para um café, na semana seguinte marcar casamento e ter muitos filhinhos muito loirinhos e ser feliz toda a vida… Mas o que é esta merda ò gentalha???

Há malta que precisa não de duas mas de uma catrefada de chapadões para acordar e meter o motor de arranque da mioleira em funcionamento.

“Acordem, labregos” apraz dizer.

Vivemos na sociedade do fácil e a carneirada segue às batidas do cajado do pastor mas a verdade é que, se à primeira vista, tudo parece assim as coisas bem vistas são diferentes e nem o dinheiro é fácil, nem o carro é fácil, nem a casa é fácil e muito menos a paixão ou o amor. Tudo isso não é fácil, dá chatices do caralho e muitas contagens até mil para um gajo não explodir.

Toca a esquecer as coisas fáceis que nos caiem no colo. Querem milagres vão para sacerdotes porque aqui na nossa vidinha não se transformam moedas em rosas nem sapos em príncipes.

Assim, da próxima vez que virem uma embalagem de abertura fácil, nem tentem. Vão logo buscar a tesoura porque se diz que é fácil é porque certamente é o cabo dos trabalhos.

Sejamos sérios,
Serra

Wednesday, August 10, 2005

Isaltino e as autarquias

O homem emancipou-se. Com os milhões que o sobrinho (aquele da Suiça) lhe emprestou saiu da asa do rasteiro Marques Mendes e toca de falar grosso, partir a loiça toda e sair de casa não deixando de cuspir no chão.

Há algo que fascina o Inspector Serra quanto à autarquia: será que a autarquia corrompe quem por lá anda ou são os corruptos que se gostam de refugiar na autarquia?

A verdade é que os indiciados de crimes (geralmente pôr dinheiro ao bolso) em vez de se preocuparem em não irem para o xilindró parecem mais preocupados em manter o poiso a qualquer preço e qualquer custo.

Veja-se, para além do Isaltino, o caso do Valentim ou da Fatinha (não, não é a do Arq. Taveira)…

É impressionante… a autarquia deve ter algum fascínio que escapa ao Inspector Serra; haverão playmates coladas por baixo de cada secretária da Câmara de Oeiras? Jardins do Éden habilmente camuflados na Câmara de Gondomar? Como poderá preferir a Fátima voltar a Felgueiras do que estar no Rio de Janeiro a receber (escandalosamente) o seu ordenado?

Algo anda a escapar por baixo da farta bigodaça do Inspector Serra e o Inspector Serra gosta pouco dessas merdas.

Assim, como para este ano já vai tarde, o Inspector Serra está determinado em apresentar a sua candidatura à presidência da Câmara de Lisboa para o ano de 2009 para, de uma vez por todas, provar o néctar dos deuses que, está visto, existe na presidência da autarquia.

O Slogan está feito “Seja sério. Vote Serra”. A lista é, por si, imparável e os convites começam, desde já a ser endereçados:

Vice-Presidente: Guedes (porque o Inspector Serra não gosta de Judas como o Carmona a puxarem-lhe o tapete)


Vereadores:

Protecção Ambiental : Luís Nobre Guedes
Cultura: Fernando Rocha
Criança e Educação: Carlos Cruz
Turismo: Zézé Camarinha
Desporto: José Veiga
Finanças: Pedro Caldeira
Religião: Padre Frederico
Promoção Musical: João Pedro Pais

A campanha irá consistir em distribuir electrodomésticos de fraca qualidade e fazer vãs promessas de aumentos de reformas e oferta de medicamentos (não depende da autarquia mas as velhas carcaças não sabem disso).

Então é assim amigos, ainda há lugares de vogal em branco… convençam o Inspector Serra do porquê de merecerem um lugar na sua lista tão competente e pró-activa.

E não se esqueçam: Sejam sérios. Votem Serra.
Serra

Tuesday, August 09, 2005

Vida de casado

São já inúmeras as vezes que o Inspector Serra se encontrou, geralmente ao almoço, com amigos seus e, no meio das discussões que se travam ao almoço, geralmente sobre as mamas da empregada ou o que faz aquela gaja boa da mesa do canto com o tanso do gordo, o amigo afirma “Épa, tou a levar vida de casado…”.

Levar vida de casado é, no entender do Inspector Serra, a justificação que muitos dão para não saírem com os amigos ou para não se irem engrossar forte e feio em noites como o Carnaval ou os Santos populares… Ou seja, se levar vida de casado (sendo que por vezes até nem são casados) é fechar-se a sete chaves em casa, enrolados em cobertores a verem DVD’s então nem a Halle Berry há-de conseguir deitar a unha ao Inspector Serra.

A questão que o Inspector Serra coloca é a seguinte: “Não será a vida de casado uma melhoria à vida de solteiro?”

Muitos dirão que não é melhor nem pior mas simplesmente diferente… mas não… tudo na vida tem o seu lugar no quociente de bom e mau. Não há gajas diferentes… há boas e más… melhores e piores… a nível clubístico há o Benfica, depois os outros... a nível de pertinência há o Serra, depois ninguém…

Depois desta pequena divagação a questão põe-se noutros termos… ninguém muda para diferente! Muda-se para melhor… ora que raio de vida teria alguém que mudou para o agasalho do cobertor e a comodidade do DVD?

A verdade é que a vida de casado é um pau de dois gumes. Há, de facto, quem mude para melhor. Quem, em conjunto com outra pessoa, torne a sua vida mais atraente, mais divertida, mais agradável… depois há os outros, que se cansaram, e assim se entregam à pachorrência do sofá e da pantufa, que não têm forças nem energia para ir a um jantar, a um café, a uma exposição, a tudo o que implique mais actividade do que refastelar o rabo numa almofada e carregar num botão.

A esse meus amigos, que apenas ganham energia quando se fartam dessa vida, o Inspector Serra afirma, veementemente, para ganharem juízo e não deixarem a vida queimar-se como um fósforo e, com gajas em casa ou sem elas, não deixem de fazer o que lhes dá gosto e não se deixem levar pelo síndroma da pantufa.

No fundo o que o Inspector Serra lhes diz é para serem sérios, caralho!!!
Serra

Friday, August 05, 2005

Previsões

O português tem sede de conhecimento talvez por, intrinsecamente, saber que pouco ou nada sabe. No entanto, o tuga junta à benéfica curiosidade de se cultivar com conhecimento uma ainda maior falta de vontade de percorrer o caminho, nem sempre fácil, que leva à sabedoria e ao know-how.

A verdade é que saber dá trabalho e se há coisa que gostamos pouco é de trabalhar. Não porque sejamos preguiçosos mas por causa do calor ou do frio ou da chuva… no fundo são as condições meteorológicas que não nos fazem evoluir pois, parece que o português apenas se dá bem com a neve – daí o sucesso inequívoco que os portugueses têm na França, na Suiça ou no Canadá.

Assim, lançados os dados das premissas do silogismo, temos:

O português quer saber
O português não quer trabalhar para saber
Logo o português adivinha

E é isto que aflige o Inspector Serra. Cá, por terras lusitanas, ninguém sabe mas ninguém admite a sua não-sabedoria e, quando não se sabe, adivinha-se ou, em linguagem técnica, prevê-se.

Portugal é o país das previsões. Desde os 6,83% do Constâncio à criação dos 120.000 empregos do Sócrates, as previsões são o pão corrente de cada dia e cá vai o povão, qual cordeirinhos do rebanho, a ouvir as previsões como se de algo sério se tratasse.

O Inspector Serra imagina a reunião dos 120.000 empregos com o Coelho a perguntar ao Sócrates:

- Ò Zé, quantos empregos é que pomos aqui que vamos criar?
- Epá… põe 120.000 que assim a malta associa ao estádio da Luz e parece mesmo que é muito.

É o mal da nação. Todos mandam palpites, ideias, previsões mas sem nenhuma sustentabilidade das mesmas. Apenas temos arquitectos que começam pelo telhado.

Se realmente ninguém sabe das coisas e ninguém quer realmente se dar ao trabalho de saber então vamos mas é colocar a Maya, o Zandinga, o Prof. Herrera e o Prof. Karamba a mandarem nos destinos do país.

Como as coisas estão talvez nos safássemos melhor com as cartas do Tarot e com o outro atrasado a passar cordéis pelo nariz do que com a merda de previsões que nos impigem. De wishful thinking estamos todos fartos toca mas é a trabalhar e a dizer as coisas como elas são.

Sejamos sérios,
Serra

Wednesday, August 03, 2005

Mourinho e o pudim Molotoff

Este senhor conseguiu provar que o povo português é uma lula – não tem qualquer espinha vertebral. Aliás, se pegássemos em todos, juntássemos ovos, farinha, açúcar e colocássemos em forno médio durante 45 minutos teríamos um pudim Molotoff apenas porque não temos qualquer consistência.

É impressionante a falta de capacidade que o português tem de emitir ideias ou opiniões e as manter inalteradas obviamente correndo o risco de se vir a provar que não tinha razão ou que, eventualmente, estava parcialmente errado.

O Mourinho, há uns anos, era considerado por muitos, inclusive o Inspector Serra, como uma besta arrogante e de mau tom. Passados dois anos o Inspector Serra mantém essa opinião mas nove milhões de pessoas modificaram-na.

O Inspector Serra não tem dúvidas que o homem é profissional e competente mas também não as tem sobre ser uma besta arrogante e de mau tom. Há quem diga que se o tipo acha que é bom e o provou só tem é que falar assim, grosso, e sentir-se superior a todos os outros que o rodeiam e que fazem, igualmente, o seu trabalho.

Lembro que, por exemplo, no mundo do futebol existem outros que já ganharam bem mais que o Sr. Mourinho (Ferguson, Wenger, Capello, Trapattoni) e, nem por isso, falam como o Sr. Mourinho fala ou agem como o Sr. Mourinho age.

Mas o português é mesmo assim, interesseiro e oportunista. Quando se está na mó de cima é o maior, quando estiver na mó de baixo será o estúpido do pescador de Setúbal e sempre tinham dito que era uma merda…

Não há nada mais cobarde que não defender as atitudes que se tomam. O Inspector Serra sempre disse que o Mourinho é uma besta e continua a dizer. E mesmo que ganhe tudo e mais alguma coisa continua a ser mal formado. Português ou não, é!

No entanto, porque a memória é curta, os Molotoffs que pendem, ao sabor do vento, para um lado ou para o outro conforme lhes convém, não perdem a credibilidade e lá continuam a caramelizar ad eternum.

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, August 02, 2005

Os homens banda

Quem estudou música sabe o quão difícil é dominar um instrumento de forma a poder intitular-se um bom praticante e sabe, igualmente, que o virtuosismo apenas está ao alcance não só de quem nasceu com o talento mas de quem passou a maior parte da sua vida numa quase ditadura musical.

Apenas há uma mão cheia de Hendrixs, Zepellins ou Santanas. Mozarts, Bachs ou Beethovens são, hoje, tão improváveis como os dinossauros voltarem a povoar a Terra mas eis que em Portugal existem homens que são verdadeiros homem banda e é vê-los de guitarra em punho, a tocar piano com um pé, bateria com outro e os beiços a alternarem entre a harmónica e o trombone de varas.

Num país onde a taxa de desemprego não pára de subir e onde a classe dos mais jovens com melhores habilitações começa a ser a mais prejudicada não deixa de ser um mistério para a mente do Inspector Serra como pode haver alguns que acumulam cargos em empresas privadas com empresas públicas, com cargos em clubes de futebol, ganham reformas passados quatro anos e, à noite, ainda dão uma perninha como comentadores desportivos e/ou políticos.

Os homens banda multiplicam-se como cogumelos e não há quem pegue esta praga de gafanhotos pelo cachaço e lhes diga para se dedicarem a uma e apenas uma coisa. Cada macaco no seu galho, e se há algumas destas criaturas que nem galho merece, ao menos que ocupe apenas um e deixe outros para alguém competente ocupar.

O Fernando Seara é presidente da Câmara de Sintra, dá aulas na faculdade e depois ainda vai dizer parvoíces sobre futebol. O Inspector Serra relembra o maravilhoso dia em que o Benfica foi campeão que o careca, lá no seu comentário com os outros dois pacóvios, dizia que ia celebrar até às 6 da manhã e que no dia seguinte (2ª feira) as pessoas (da câmara de Sintra) também tinham direito à festa… ora que porra, hem?

O Marcelo também gosta de comentar o Estoril Open e o homem até, como em tudo o que diz, parece acreditar que sabe do que fala. O Inspector Serra até o ouviu a dizer que o Moya (leia-se um ex número 1 mundial) devia dobrar mais os joelhos para bater a esquerda. Concerteza que o espanhol que já limpou Roland Garros precisa muito dos conselhos técnicos do professor Marcelo!!!

Agora na Caixa Geral de Depósitos toca a mudar os homens banda que compunham a direcção por outros homens banda mais vermelhos e até o Armando Vara (um que era secretário ou ministro do Desporto e da direcção do Benfica) vai para Administrador. Claro que na debandada não foi a labrega da Celeste Cardona que parece ter tanto talento para administrar a CGD como tem para a moda.

Depois admiramo-nos o porque dos nossos “concertos” serem a merda que são. É que nos países desenvolvidos cada um treina o seu instrumento e fazem grupos musicais ou até orquestras para actuar em Music Halls; nós continuamos a actuar em feiras de bovinos e ovinos com os nossos homens banda!

Sejamos sérios,
Serra

Monday, August 01, 2005

O mercantilismo moral

Tudo se vende, tudo se compra. A máxima está enraizada na cultural capitalista que vivemos depois de ter sido plantada por esse velhinho, o Uncle Sam, há uns anos a esta parte.

De facto, a máxima portuguesa de que “há coisas que o dinheiro não compra” foi afogada em coca-cola e hamburguers do MacDonalds e poucos serão aqueles que evitarão uma inocente gargalhada quando algum idoso pré-histórico refere tão ultrapassado provérbio.

No dia, como o de hoje, em que até o Benfica (vulgo glorioso) decide vender o nome do seu estádio é sinal de que a moral foi cremada e espalhada aos sete ventos. Terão os filhos do Inspector Serra que dizer: “Pai Serra, podes levar-nos hoje ao estádio BES para ver jogar o Toshiba?”. Sim… porque se vendem o nome do estádio, o do clube vai a seguir. E, para não falar, que, de há anos a esta parte, o marketing já arruinou o equipamento vermelho e branco do glorioso e é vê-los a jogar de amarelo ou de roxo…

Sexo sempre se comprou, a felicidade (por muito que nós, pobres, não o queiramos admitir) também se arranja, o orgulho e a decência são trocados diariamente em programas televisivos por torradeiras e micro-ondas e, agora, até as instituições que representam milhares e milhares de pessoas vendem a sua alma em troca de alguns tostões…

Será que o Engº Sócrates equaciona colocar espaço publicitário na Bandeira Nacional? Outdoors no Palácio de São Bento? Intervalos nas sessões da Assembleia da República para vender pipoca e refrigerantes?

Estaremos todos assim tão mal de alma que já não paramos um pouco para pensar? A dignidade será tão facilmente adquirida?

Chamem pré-histórico ao Inspector Serra mas antes pobre e digno do que me ver multimilionário sem orgulho nem moral.

Sejamos sérios,
Serra