Friday, January 27, 2006

Mil desculpas

O Inspector Serra quer-se desculpar a quem o segue por ter estado tanto tempo sem piar mas a verdade é que nem tem tido tempo para se coçar e a sua sarna queixa-se bem mais do que qualquer um de vós.

A trabalheira tem sido tanta e tão variada que o Inspector Serra teve até de contratar uma empregada doméstica para o ajudar nos seus afazeres.

A moça entra ao serviço na segunda feira e eis que houve já aqui um gajo que sugeriu que o Inspector Serra desse uma limpeza à sua maison no domingo de forma a “não dar mau aspecto”… Depois de ter levado uma cabeçada nas ventas o Inspector explicou ao dito que até se vai esforçar por colocar a sua casa com o aspecto de um cenário de guerra como forma de ver a estaleca da piquena.

Mariconços do queeeralho que por aí andam, hem… Também quando saiem com uma miúda devem ter muitos cuidados em não largar palavrões ou em serem todos finórios… Hôme que é hôme é como é e mai nada… Ou aguentam ou se retiram… agora fingimentos é que não!

Sejamos sérios,
Serra

Wednesday, January 18, 2006

Tabaco

Fala-se agora muito sobre se se deve proibir que se fume em espaços fechados e o Inspector Serra, embora acredite que se devam mudar algumas leis no sentido da liberdade dos cidadãos, acha revoltante que se proíbam as pessoas de fumar.

No fundo a conquista do espaço ao fumo foi o queimar dos soutiens do homem moderno e apenas o primeiro passo para conquistas bem maiores para a sociedade que se pretende cosmopolita e respeitadora das liberdades individuais.

Se se proíbe o tabaco o que dizer às associações que defendem o chuto em cafés, grupos sociais que pretendiam que se expelissem gases sonoros em restaurantes ou movimentos de defesa da foda à canzana nas lavandarias?

O governo socialista quer acabar com os sonhos de milhões de pessoas ao terminar com o que é a pedra basilar de todos estes projectos…

O choro a nostalgia que será quando chegarmos a casa depois de uma noite bem bebida sem blazers a tresandar a SG lights ou bolhas de queimaduras nas mãos?

O poder-se fumar onde bem se apetece é a fundação que se pretende para uma sociedade mais livre onde se possa arrotar à vontade, cortar as unhas dos pés enquanto se bebe um cafezinho na brasileira, tirar a cera do ouvido com o dedo mindinho quando se pede um Hagen-Dazs…

Enfim… talvez não se devesse mudar a lei, bastaria um pouquinho de bom senso para que alguns aguentassem o cigarrinho como tantos aguentam os peidos!

Sejamos sérios,
Serra

Monday, January 16, 2006

Ter vontade

Muito se fala em ter vontade. Vontade de ir ao cinema, vontade de ir jantar ao tal restaurante que há muito não se vai, vontade de mudar a vida, vontade de não fazer nada …

Passa-se a vida com vontade de qualquer coisa e, em tantas ocasiões, a vontade fica mesmo pela vontade e não se faz nada para a satisfazer.

A excepção experienciou-a o Inspector Serra quando, há pouco tempo, acordou para aí às 8 horas com uma brutal vontade de mijar e, ao contrário de muitas outras vontades, esta vontade não passa mas agrava-se com o tempo, o que obrigou o Inspector Serra a levantar-se com grande velocidade da cama para os 6 graus do exterior para satisfazer a sua vontade antecipando-se por largos minutos ao apito do despertador.

Se só a determinação fosse como a bexiga e, quando viesse a vontade, o realizar da mesma fosse tão instantâneo…

Se só tudo na vida se satisfizesse como a vontade de mijar …

Sejamos sérios,
Serra

Friday, January 13, 2006

Filmes da nossa cabeça

Quando um gajo marca uma consulta para uma nova dentista ou é internado no hospital a esperança utópica de que ou a médica ou a enfermeira sejam gajas boas ocupa o espírito viciado por inúmeros filmes hollywoodescos da treta.

Se os filmes que fazemos na nossa cabeça fossem realmente editados em película o Inspector Serra ontem ganharia o Óscar. Passo a explicar. O Inspector Serra foi ontem convidado pelo Exmo. Presidente da Assembleia da República a visitar a inauguração da exposição de Serralves na Assembleia e o Inspector Serra, influenciado por muito episódio do Sexo e a Cidade onde nessas exposições só há malta cool e gajas boas, lá foi (já tá visto que ao engano) à coisa.

Poucos minutos volvidos já estava o Inspector Serra meio zonzo com a mistura do cheiro a laca vindo das cabeleiras das velhas meias lecas que povoavam o espaço e de algumas “obras” completamente surreais do que hoje em dia se apelida de arte contemporânea.

Outro aroma que começava a incomodar as sensíveis narinas do Inspector Serra vinha do cheiro a primavera da paneleirage que batalhava acerrimamente com as velhas pelo lugar de grupo dominante.

Passada para aí um hora de pura agonia, vendo tudo quanto era deputado e ministro a seguir o Presidente da República como rafeiros farejando o nalguedo ao chefe da matilha eis que o Inspector Serra se depara na situação do cocktail e, na sua ingenuidade, ainda pensou que podia ser que a coisa melhorasse. Mas não. Não melhorou. A fauna continuava igual como se num zoológico cheio de animais idosos e com tendências sexuais duvidosas me encontrasse. Nisto ouvi um rabiló qualquer dizer “Isto hoje até está um ambiente giro.” Foi a deixa para fugir a sete pés. Decididamente o Inspector Serra não joga com este mundo da arte...

Sejamos sérios,
Serra

Wednesday, January 11, 2006

Poeta do caralho

Amigos leitores do Inspector Serra,

há cá um gajo na esquadra, conhecido de vista do Inspector Serra, que anda a stressar o Inspector Serra para lhe fazer publicidade aqui no mui visitado estaminé.

Depois de muitos nãos a fazer publicidade a blogs rabiçacas como o deste amigo decidi, em prol do auxílio à paneleirage, aceder à publicidade.

O cabrão ainda nem lá pôs nada (pelo menos que eu veja) mas, pelo nome do blog, adivinha-se mais um blog do "és tão lindo".

Toca a ir xingar este tanso:

www.poemasdaalma.blogspot.com

Sejamos, de uma vez por todas, sérios,
Serra

Traveca de Champagne

Ele há gajos que o Inspector Serra, mesmo sendo a barra que é em ciências criminais, não consegue compreender.

O Guedes, este lacaio que aqui anda ao meu lado é um deles. O Inspector Serra não percebe o que motiva esta pequena bola de sebo mal-cheirosa a arrastar-se até à esquadra todos os dias com o simples propósito de ir buscar cafés e apanhar na cara do Inspector Serra. Talvez seja simplesmente a personificação do masoquismo, vá-se lá ver…

Entretanto outra personagem que ainda ontem deixou a mente do Inspector Serra deveras intrigada foi um gajo que estava sozinho na bancada VIP de um dos cinemas do El Corte Inglès a ver o seu filmezinho enquanto bebericava um copinho de champagne.

Há gente cujas vidas deverão ser tão patéticas que têm necessidade de auto-acreditarem que estão acima das outras pessoas e interiorizarem que são uns excêntricos estilo Bono ou Elton John.

Filme acabado foi ver o traveca pegar no seu copo e ir até à saída abanando, literalmente, o rabinho de um lado para o outro e dirigir-se, concerteza, para a casinha dos papás em alguma das cidades dormitório de Lisboa. Ai Guedes, ao menos tu és um desgraçado despretensioso e não uma bichona de copinho de champagne no cinema com a mania das grandezas…

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, January 10, 2006

Taylorismo

Se hoje nos queixamos que a nossa vida é uma merda, é sempre a mesma coisa, não temos tempo para nada e nos sentimos sempre a trabalhar, muito se pode culpar o filho da puta do Taylor por isso e o cabrão do Ford por ter tornado o Taylor e as suas ideiazinhas populares.

A sociedade enquanto conjunto de indivíduos que viviam em harmonia com as suas crenças e maneiras de agir pessoais desapareceu e hoje vivemos simplesmente numa linha de montagem. Cada vez mais somos peças e menos pessoas, cada vez nos organizamos mais em organigramas que em famílias, cada vez temos mais colegas do que amigos.

Fala-se que o mundo mudou e que nós simplesmente nos adaptámos a ele mas não serão as pessoas a fazer o mundo onde vivem? No fundo estamos a adaptar-nos à nossa própria criação e a acreditar que o modo de vida de chineses, indonésios ou filipinos é que é competitivo e deve ser adoptado. Anda-se a perder a humanidade em prol da produção e assim a vida torna-se pequena, escassa, vã.

Hoje somos porcas, parafusos, solda, ferramentas numa máquina cujo fim não percebemos mas onde todos, confortável e resignadamente, trabalhamos para aperfeiçoar e dinamizar.

Foi esse grande filho da puta do Taylor que criou a faísca mas cada um de nós pactua com ele e faz parte do rastilho que mais cedo ou mais tarde vai levar a um barril de pólvora pronto a rebentar.

Sejamos sérios,
Serra

Monday, January 09, 2006

Baralha e volta a dar

Se a vida fosse um jogo de cartas estaríamos sempre nisto do baralha e volta a dar porque não há ninguém que leve um jogo até ao fim sem que se mande o jogo abaixo, se baralhe e se volte a dar.

Seja por uma regra inventada por um gajo qualquer que só se pode ir a jogo com nove pontos ou, por no final, se ver que afinal o cabrão que deu as cartas se enganou e deu onze a um e nove a outro. Resultado: jogo abaixo, baralha e volta a dar.

Neste jogo da vida anda-se sempre nisto e nunca se leva um jogo até ao fim recorrendo a tudo quanto é manigância para dizer “Pois… assim não dá… Baralha e volta a dar!”. E, enquanto se ganham joanetes nas mãos de tanto baralhar e voltar a dar, a malta fica satisfeita porque ainda não perdeu nenhum jogo… E cá continuamos nós, no pano verde deste nosso triste cenário, a ver gente satisfeita com o empate a zero, com a vitória na secretaria ou no constante empatar a decisão; gente que insiste em baralhar e voltar a dar sem nunca ver se o jogo que tem dá para ganhar ou não.

E lá andam eles, satisfeitos da vida, a baralhar e distribuir cartas com a mestria do melhor dos croupiers mas sem nunca terem tido a alegria duma vitória mesmo com muita derrota à mistura.

Sejamos sérios,Serra

Wednesday, January 04, 2006

Rastaman

Hoje o Inspector Serra passou pela sua antiga Faculdade e deparou-se com um cenário de guerra que, confessa, não esperava.

É verdade que a dita cuja, leia-se a FCSH da Universidade Nova, nunca padeceu daquilo que se possa dizer ser um ambiente de gente bem tendo sempre os grupos sido compostos por uma miscelânea de tótos, betos, gajos oriundos dos Palops, freaks, gadelhudos, gente do reggae, ganzados, pseudo-filósofos, etc. mas a verdade era que não existia propriamente um grupo dominante e, para tipos como o Inspector Serra que sempre foram antropologicamente curiosos, a coisa até se tornava bastante engraçada. Eis que a surpresa se instalou no agora espírito yuppie (embora ainda aberto) do Inspector Serra quando este viu que o Jamaican Army tomou posse da Faculdade e plantou a bandeira do Lion in Zion no seu quartel-general.

O rasta power invadiu a faculdade sendo agora uniforme obrigatório tal como os putos do Sagrado ou do Colégio Militar são obrigados a usar as fatiotas ridículas. Assim, para além das provas específicas de Filosofia, História e Português aqueles que pretendam candidatar-se à dita faculdade precisam como requisitos obrigatórios:

- Cabelo seboso, piolhoso e repleto de sabão macaco de forma a facilitar a criação das rastas. Qualquer aluno que seja apanhado na posse de Quitoso será imediatamente expulso das instalações da instituição de ensino
- Qualquer estudante deverá estar municiado de canhões (leiam-se ganzas, charutos, porros…) e de reservas de haxe ou erva para dar aos amigos. Escusa-se de fazer a “traquinice” de fazer o trabalho simulando um cigarro pois quando a ganza é às claras o Conselho Directivo aplaude.
- Indumentária verde, amarela e vermelha. Qualquer gajo apanhado de calça de ganga sem rasgões, sapatinho vela ou camisa de marca será chibatado em praça pública
- As boinas, embora não obrigatórias, quando usadas dão dispensa de exame. Assim promove-se o seu uso.
- Óculos escuros tão out. Esqueçam os Ray Ban pois agora a moda é óculo verde, amarelado, colorido em geral. Quanto mais bandeirosos melhor.

Obviamente, o Inspector Serra vai-se manter actualizado quanto às novas reformas da sua faculdade mas já sabe que nunca vai ser admitido a Doutoramento em tão mui nobre instituição a não ser que estampe uma camisa a dizer “Buffalo Soldier”.

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, January 03, 2006

Vida de cão

Hoje, enquanto passeava a esfregona pela casa a limpar a mijanga que a Leonor teima em espalhar por todas as divisões dei comigo a pensar na expressão “vida de cão”.

O Inspector Serra sempre foi um admirador convicto dos provérbios e ditos populares, acreditando que neles existe uma intrínseca sabedoria mas este da “vida de cão” estará, no mínimo, ultrapassado.

Quem dera a mim ter uma vidinha de cão, sempre no calorzinho do lar, a brincar com mil e um brinquedos e a ter um lacaio de esfregona em riste que me ia seguindo enquanto me eu me divertia a mijar para tudo quando era canto; as mãos de tudo quanto é gaja boa a afagarem-me o pêlo enquanto me olhavam com olhos como quem diz “comia-te todo”, gente a cozinhar para mim e dar-me banhinho…

Vida de cão, hoje em dia, situa-se muito próxima da vida de pachá: sossegada, confortável, bastante sedentária e mimada!

Vida de cão é bem fácil, vida de dono é que é fodida!

Sejamos sérios,
Serra

Monday, January 02, 2006

Leonor