Friday, June 03, 2005

O referendo europeu

Viva caros leitores cumpridores da lei. O Inspector Serra, depois de mais de um mês sem vos dar cavaco tendo estado numa missão undercover algures pelo Bahrein, volta ao activo.

E assim que regressa depara-se com a classe política toda, com os seus nervos de pintassilgo, a verter suores frios pela Constituição Europeia não ter sido aprovada pelos franciús.

Logo se apressou o Cherne e os amigos a virem apelar à calma, vários líderes a pensar e repensar o que fazer ou como actuar – Adia-se? Não se adia? Faz-se? Não se faz?

Enfim… fosse o Serra a mandar nisto e a coisa já estava aprovada e aprovada em três tempos pois era o Serra que decidia e, como o juiz, decidiu, está decidido. Mas nããão... o apelo à chamada “democracia” fala mais alto para estes palhaços que nos representam que, em vez de fazerem o seu trabalho preferem que as poucas decisões importantes recaiam sobre todos nós e nos lixem mais um dia de fim de semana para ir às urnas.

Mas pronto… mesmo assim, era mau mas não era do pior pois estes totós que, ao contrário do Telmo, nem nunca foram à tropa, decidem que hão-de aprovar o dito tratado à força e planeiam manigâncias maquiavélicas para conseguir convencer o parolo do eleitor a reflectir e a dizer à sua própria triste figura: “Epá… se calhar isto do tratado nem é assim tão mau…”

No fundo relembra-me nostalgias do meu tempo de infância onde a equipa de futebol infantil onde o Inspector Serra actuava ganhava sempre – se havia falta a meio campo o Serra decidia que era penalty, quando se mandava um puto para o hospital afirmava-se convictamente que não só não tinha sido falta como o futebol não era para meninas ou, quando o raio dos putos, qual enguia escorregadia, nos escapavam aos pontapés e conseguiam marcar golo logo os informávamos que o golo tinha sido precedido de fora de jogo e, portanto, invalidado.

É isto que me relembram estes “referendos” onde, quando o resultado não nos interessa, fazemos outro ou lhe damos a volta.

Não que isso tenha algo de mal (tal como os meus jogos de futebol não tinham) mas, se o querem aprovar aprovem-no e, deixem-nos continuar com as nossas idas à praia na companhia de uma Sagres sem a sombra da responsabilidade política a pairar sobre os nossos ombros.

Sejamos sérios!

Serra

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