Thursday, June 30, 2005

Os suíços

Boa tarde.

Existem países que enervam o Inspector Serra: A Grécia (por nos ter ganho no Europeu), os EUA (pela vasta população de grunhos que alberga), a China (pela política do formigueiro trabalhador que teima em stressar e arruinar as cigarras europeias que alegremente tentam viver a vida a cantarolar)… Enfim, a lista é imensa e, ela própria, poderia servir para um post mas existe um país que enerva particularmente e que tem lugar cativo no 1º lugar do pódio do coração do Inspector Serra – a Suiça!

Poderão os leitores questionar: “Mas porquê, Serra? São os relógios? Os chocolates? As vacas a pastarem pela montanha que te enervam?”. O Inspector Serra a todas essas questões que borbulham na mente dos leitores apenas incita à calma e recomenda os próximos parágrafos para lhes acalmar o espírito.

O que enerva na Suiça é a sua tendência para a neutralidade. A Suiça é, desde sempre, um país neutro; um país que se alheia das questões do bem comum para se preocupar com ela e que não toma decisões (um pouco à imagem dos nossos políticos) para não tomar a decisão errada ou a que menos lhe convém. Tenta agradar a gregos e troianos e vende a alma para isso. É o que, um homem do povo poderia chamar, um país de coninhas interesseiros!

Se esses cócos estivessem lá desterrados entre Alemanha, França, Itália e os outros 300 países que fazem fronteira com a coisa, tudo bem, o Inspector Serra continuaria enervado mas não preocupado. Mas o Inspector Serra está preocupado, e muito, e isso devido a haver uma tendência de expansão de suíços, qual franchising, pelos outros países, não em termos de nacionalidade mas de atitude.

Portugal, por exemplo, é o caso típico. A larga maioria dos portugueses é Suiça mas sem o saber. O espírito suíço apoderou-se da sua mente e, se ainda não se manifestou na forma dos calções, da meia pelo joelho e cantoria pelas montanhas, o espírito da neutralidade afectou toda a gente.

Para notarem a veracidade da investigação do Inspector Serra atentem a que, quando confrontado com um problema, o português identifica-o, propõe soluções mas termina o seu discurso, inevitavelmente, com a frase (sintomática do vírus suíço da indiferença) “mas estou-me a cagar!” ou seja, afirma ser neutro e que não tomará nenhuma atitude no sentido de resolver o problema ou, pelo menos, tomar uma posição.

O português é tão mais sujeito ao vírus suíço uma vez que também tem o espírito marinheiro o que o leva não só à neutralidade do “estar a cagar” mas também ao “deixar-se levar pela maré”, qual caravela à deriva pelo vasto oceano, na continuidade da nossa bela história dos Descobrimentos.

Atenção, povo. O Inspector Serra sabe que não há medicamento algum que a Bayer ou a Pfizer possa lançar para combater o espírito de indiferença e neutralidade causado pelo vírus suíço. A única solução é mandar fora os Ómegas, os Patek Philippe, os chocolates Milka… tudo borda fora! E depois, combater este espírito de indiferença, de apatia e de neutralidade que nos parece afectar. Toca a tirar da mente tudo o que de suíço lá está escondido! Não são os neutros que fazem a História e nós, portugueses, são um povo de História e de histórias bem engraçadas como por exemplo a do Arq. Taveira e companhia…

Sejamos sérios!
Serra

2 Comments:

Blogger Inspector Serra said...

Você diverte-me, Rocha... mas quando deixar de me divertir vou-me a si como gato a bofe...

4:58 PM  
Blogger GoncaloCV said...

O que eu não gosto na Suiça é que cheira demasiado a limpo. Não existe no ar aquele leve aroma a podridão e lixo a céu aberto. É tudo demasiado brilhante, tudo demasiado certo, sem sal, sem salero. O único fungo que existe por terras helvéticas é o dos queijos "bleu". Mais, os Suiços não são neutrais, são fanáticos religiosos que defendem com os seus guardas a religião católica. Se fossem sérios não eram Suiços, eram Madeirenses.

11:18 AM  

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