Thursday, July 14, 2005

Ser benfiquista

O Inspector Serra acredita que o futebol não é um gosto, não é uma paixão mas sim um vício… nada mais justifica a perda de 2 horas a ver um jogo de fraca qualidade com uma equipa da 3ª divisão da Suiça que até é a feijões. Mas o Inspector Serra gastou-os, juntamente com os restantes 13 milhões, 999 mil e 999 benfiquistas que existem, sem sequer hesitar.

As paixão morre, o gosto refina-se, o clubismo não, mantém-se perene e constante tal como a vontade do alcoólico em se embezanar ou do drogado em chutar para a veia.

Qualquer homem pode sucumbir à sedução de uma mulher mais atraente que a nossa (como se pode verificar por esse excelente programa da TVI – fiel ou infiel) mas a fidelidade é extrema em relação ao nosso clube; até podemos simpatizar com Chelsea, do Barcelona ou do Man. Utd mas, quando em batalha com o glorioso, viram imediatamente inimigos e somos incapazes de esboçar o mínimo de alegria com uma boa jogada da equipa adversária.

Ser benfiquista é ser fanático e, se alguém não o é, simplesmente gosta de encarnado (não é bem a mesma coisa)… o benfiquista culto sabe que no seio do seu clube habita a fauna mais estranha e grunha da sociedade, as gajas mais gordas e pacóvias – era muito melhor sermos do Sporting ou do Belenenses – mas, não conseguimos, não há força nem clínica de desintoxicação que nos liberte do inexplicável sentimento de família que temos no meio de labregos embriagados a meio da tarde ou gangs da cova da moura a quem nos abraçamos alegremente depois de um golo.

Houve outrora um poeta que disse que no coração dos homens apenas há lugar para um grande amor – o dos benfiquistas é o Benfica; o resto vem por acréscimo.

Sejamos sérios,
Serra

2 Comments:

Blogger RA said...

Digamos que ser benfiquista é o seu calcanhar de aquiles, o que por vezes, lhe tolda o juízo. Liberte-se Serra, liberte-se.
Atão o verde não é muito mais bonito?

4:46 PM  
Blogger GoncaloCV said...

Caríssimo Inspector, ou será melhor dizer Caro Consócio, apraz-me verificar que a cor do seu coração é inversa ao da sua farda.

De facto já me vi em tempos aureos abraçado às pessoas mais estranhas após um golo do SLB, verificou-se recentemente quando ganhámos o campeonato em que me dirigi ao Marquês de Pombal e, rodeado pelos gangs da Cova da Moura e as gordas pacóvias desdantadas, reinava a estranha e unificadora sensação de união e felicidade.


Claro que depois fui fazer queixa à P.S.P. local por causa do roubo da carteira, mas isso é outra história.

5:04 PM  

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