Thursday, September 15, 2005

Galantear

O verbo que o Inspector Serra utiliza no título do seu post está mais fora de moda do que escrever farmácia com ph. Mais do que o verbo, no entanto, é a própria acção que o mesmo indica que está mais out do que usar o célebre pé de gesso com a sandália da piscina (preferencialmente da marca Umbro ou Speedo).

Nunca como hoje o flirt foi rápido e, quase como um momento Kodak, instantâneo. Aquele enrolo do antigamente do convidar a sair, do levar florzinhas, dos bombons, do cineminha… Tudo isso, na sociedade contemporânea, está muito bem mas só para a pessoa que já está firme e hirta ao nosso lado mas nunca para alguém que queremos conhecer ou interessarmo-nos.

Se um estranho lhe oferecer flores não é impulse mas sim ou um pacóvio ou um stalker ou, simplesmente, um xoné… A nossa vivência cortou as pernas ao galanteador tornando-o um icone kitsch e sem lugar no nosso mundo.

Mas o Inspector Serra quer acreditar que esses senhores da brilhantina, do dente reluzente e do sapato de polaina com palavra articulada e ramo de flores colado à mão ainda vão voltar a estar na moda… afinal até os All-Star fizeram o seu come back.

Sejamos sérios,
Serra

6 Comments:

Blogger João Vale said...

Ainda ontem estava a falar disto com um amigo meu. Sem usar a palavra galantear, claro.

Mas o que afligia este meu amigo era que, estando ele no início de uma relação, estava com receio de "queimar os cartuchos" se fosse demasiado galanteador logo à entrada. Ele até pensava refrear os seus impulsos de enviar flores, não queria "habituá-la mal" e sobretudo colocar sobre si próprio a pressão de ter que se lembrar de gestos galantes com uma certa frequência. O medo que lhe faltasse a imaginação.

Está tudo louco?

12:46 PM  
Blogger Humor Negro said...

Nem sei se podemos designar isto por flirt.
Sejamos lentos.

1:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

Nos tempos actuais, o conceito de verdadeiro amor talvez tenha ficado esquecido quando farmácia deixou de se escrever com ph. Vivemos abraçados por banalidades e às vezes quando percebemos o que somos ou o que desejamos ser, pode ser tarde. Acabamos lançados à ignorãncia de viver mais um dia igual nesta sociedade em que o sexo é fácil mas o amor é dificil.
Sinto que hoje em dia as mulheres cada vez mais procuram relações de consumo rápido e condenadas a uma existência fugaz.
Os gostos educam-se, mas o amor acontece.
Aprendi apenas que devemos ser verdadeiros e nunca perdermos a nossa identidade. Ao sermos nós mesmos, já estamos a ser diferentes.
Devemos oferecer flores se nos apetecer, visitar sítios que achamos especias, não olhando às consequências que possam existir.
Quanto mais pensamos sobre as coisas, menos naturais se tornam.
Mesmo que hoje em dia, quando vemos um homem com flores nos braços, é monhé e quer que as compres para as ofereceres a alguém.
Mas o amor não tem preço...

8:09 PM  
Blogger Inspector Serra said...

Que profundo, amigo Vila.

Sejamos sérios (como estou a ver que é),
Serra

11:08 AM  
Blogger Teresa said...

O Inspector andou a ler o meu blog?!?
Era bom demais para ser verdade... ;)

12:33 PM  
Blogger Inspector Serra said...

Cara teresa,

de facto não tinha ido... parece que estivémos em clara sintonia...

Mande o seu CV aqui para a PJ e pode ser que a recrutemos ASAP.

Aquele abraço,
Serra

12:54 PM  

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