Wednesday, March 01, 2006

Walk the line

É certo e sabido que a distância mais curta entre dois pontos é, e sempre será, uma linha recta e, a questão que o Inspector Serra se coloca, é a de porquê o ser humano, quando não se encontra com vários garrafões de tinto a circularem-lhe pelo sangue, não a consegue manter pela sua vidinha fora…

No fundo é mais forte que nós. As dúvidas que nos assolam desde os Neanderthals mexem com a nossa existência e levam-nos a questionar se de facto a puta da linha é mesmo o caminho mais curto e eis-nos a fazer inversões do sentido de marcha, a virar para becos sem saída ou a metermo-nos em estradas só para residentes não com intenção ou premeditação mas, simplesmente, porque a coisa assim foi.

Houve o ano em que o Gondomar veio espetar dois secos ao glorioso no estádio da Luz. Não porque eram melhores, não porque o Major os tinha supermotivados com a promessa de torradeiras em caso de vitória mas tão só porque assim foi… O mundo não corre em linhas rectas e muito menos corremos nós constantemente a circular por caminhos de terra batida, com muito pneu furado e jantes riscadas pelos calhaus que brotam da lama.

Não respeitamos o alcatrão. Afinal porque devemos nós seguir o trajecto traçado por algum gajo borbulhoso saído do Técnico? Dá-nos para arrancar, qual aventureiro, por uma estrada secundária e sempre, ou quase sempre, damos por nós a dizer “FODA-SE”, voltar à auto-estrada e continuar a tentar percorrer a linha da melhor forma que sabemos, certinhos, sem ultrapassagens pela direita ou raspanços nos rails…

É melhor assim, até os GPS estarem mais divulgados um gajo ao desviar-se da sua linha acaba sempre por se perder.

Sejamos sérios,
Serra

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