Friday, September 30, 2005

Barrasco da Junta

Qualquer homem que tem o seu quintal como seu mundo dá pena ao Inspector Serra. Mas, no mundo cosmopolita e global como o de hoje, é incrível a quantidade de gente que faz do café da esquina o seu único café, o restaurante do vizinho o seu único restaurante mas, ainda mais grave que isso, o gajedo da vizinhaça o seu único target.

É praticamente unânime que esta malta que leva este tipo de vida quase vegetativa, no diâmetro dos 100m2 à volta da sua maison, está satisfeita (ou convence-se disso) com os seus hábitos e com a sua vivência.

O Inspector já se apercebeu que o grande objectivo desta maralha é tornar-se no barrasco da junta para, assim, poder ter o protagonismo na sua comunidade local e fazer pose do alto do quase raso pedestal que isso implica.

Para quem não está familiarizado com o termo, antigamente, as juntas de freguesia das comunidades rurais, no sentido de pouparem algum, tinham apenas um barrasco (leia-se porco) que pertencia a todos, à Junta de Freguesia, e cujo objectivo era ir cobrir as porquinhas de forma a procriar. Ora o paralelismo faz algum sentido para esta malta que, para fazer frente à competitividade feroz das metrópoles, se deixa ficar pela sua junta de freguesia armados em barrascos e a pensar que são os maiores do mundo porque já cobriram as vizinhas todas incluindo a D. Matilde com 77 aninhos!

Sejamos sérios,
Serra

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