Monday, May 22, 2006

Wanna go to the beach?

O Inspector Serra sabe que o post que hoje irá publicar vai dar que falar. Prevê revoltas e tumultos, cartazes de protesto e acesas discussões em debates televisivos. Prometo, no entanto, que ao contrário do Carrilho não publicarei livros com queixinhas mas estarei na linha da frente assumindo aquilo que direi.

O Inspector Serra sente-se claramente a excepção, o monhé que não vende móveis na Almirante Reis, o chinês que não tem um restaurante ou uma loja de quinquilharia, o fogareiro que não saca um caralhada de dois em dois minutos enquanto limpa o ouvido com a unha mindinha mas a verdade é que o Inspector Serra não curte ir à praia.

E pronto. Tá dito. Embora adore o ambiente de Verão e a praia quando está no outro lado do Atlântico, a acção de “ir à praia” aqui por terras lusitanas põe o Inspector Serra com os arrepios. O tuga não pode ver um raio de sol que toca logo de pegar na geleira e no chapéu de sol e fazer-se à estrada logo o Inspector Serra prefere bem mais ficar na cidade, de onde a bicheza se foi, do que ir na maralha para o trânsito da ponte.

A praia lusitana é a praia da sandes, do coirato, do gordo do crucifixo, das crianças a berrarem, do jogo da bola e da raquete… é o Inferno à beira mar. Horas de trânsito para apanhar o sol que se podia desfrutar numa qualquer esplanada com vista para o Tejo…

Estes gebos dão à costa como as tropas aliadas na Normandia e bem que o Inspector Serra gostava de os esperar com uma metralhadora para limpar estas praias portuguesas… Aí é que a bandeira azul faria sentido!

Sejamos sérios,
Serra

Thursday, May 11, 2006

We got snails

Nunca o Inspector Serra percebeu o orgulho que determinados estabelecimentos comerciais têm em afixar cartazes geralmente nas folhas manhosas com que forram as mesas a dizer “Temos caracóis!”.

É curioso como esses cartazes parecem ser sempre escritos com o mesmo marcador grosso e antiquado sendo que alguns dos “gerentes”, com veia mais artística e alguma inspiração, ainda fazem o boneco de um caracol com antenazinhas feliz e contente por daqui a pouco estar a ser espetado num palito e sugado por um qualquer burgesso.

Trata-se o caracol como se se tratasse de uma qualquer iguaria exótica, como se fosse um foie gras de caviar, como se fosse tão complicado encontrar caracóis como dividir o átomo.

Pode ser cá da cabeça do Inspector Serra mas qualquer jardim, depois de caírem uma pingas de chuva, pode ter o cartaz a dizer “Temos caracóis” mas também pode dizer “Temos cagalhões de cão”…

Mas pronto, tá visto que há por aí muita gente com vontade de chupar umas cabecinhas e, assim que vê o cartaz não resiste… É o chamado marketing moderno.

Sejamos sérios,
Serra