Friday, September 21, 2007

Cartões de visita

Há muita coisa que irrita o Inspector Serra mas cartões de visita estão claramente no top. Não há reunião que um gajo tenha que não haja um tipo que, orgulhoso do design gráfico estampado na pasta de papel, não escorregue um cartão pela mesa dizendo “Aqui tem o meu cartão”.

Escusado será dizer que o raio do cartão rapidamente se desfaz em 4 e é carinhosamente depositado para reciclagem embora conheça alguns tipos que os coleccionam, estilo cromos, numas cadernetazinhas...

Já algum destes gajos se perguntou que se eu fosse a carregar os cartões todos que me dão parecia que trazia o fogão no bolso de trás? Passa-lhes pela cabeça que não vou passar o número para o telemóvel e rapidamente destroçar o cartão?

Porquê tanto amor, tanto querer de originalidade numa aplicação que invariavelmente termina desfeita num frio e desamparado saco preto?

Hoje nem estava para me pôr a escrever mas, quando fui marcar o tipo para me cortar o cabelo, o gajo teve o cuidado de me dar um cartãozinho e sugerir que da próxima posso ligar...

Pode ser que o homem do lixo aproveite o cartão!

Sejamos sérios,
Serra

Thursday, September 20, 2007

The return

Faz quase um ano que não debito informação neste pardieiro... é como se fosse ontem que a última frase aqui foi escrita, como se ainda agora sentisse os pivots do Guedes a quebrarem-se à bastonada... bons tempos...

Isto de ser funcionário público não é fácil e, para mais, agora com tudo o que é imprensa estrangeira de olho na PJ, torna a nossa função de coçar a pintelheira cada vez mais complicada. Os camones não percebem o nosso modus operandi e como é que se lhes vai explicar que beber minis e comer tremoço não é mais eficiente do que o que eles fazem lá por terras de Sua Majestade?

Já que veio à conversa o sempre actual tema do pêlo púbico eis que o Inspector Serra reparou, quando ia fazer o seu xixi aqui na latrina da PJ, que houve algum artista que colocou pintelhagem, em montinho, no topo do urinol. Para quem acha que não leu bem à primeira ou que as cataratas lhe estão a pregar partidas repito: “É verdade. Pintelhagem”.

A vista do Inspector Serra bloqueou, ali ficou, incrédula, a mirar o gang do pintelho alegremente confraternizando como num acampamento escuteiro realizado na reluzente loiça branca.

Não me venham com Casas Pias, Apitos Dourados ou Maddies. Para o Inspector Serra era parar todos os processos e colocar tudo quanto é operacional em busca da mente perversa responsável por tamanha atrocidade.

Será que desviar capitais ou fugir ao fisco não é um crime menos violento que isto? Será que o Marcelo ou o Jorge Miranda não encontram lá na constituição um artigo a mencionar que o ajuntamento, em montinho, de pintelhos constitui ofensa grave?

Será que também não era de enviar os ditos para Birmingham para os analisarem e chegarem ao culpado?

Perguntas válidas que continuam sem resposta nem à luz desta merda de novo Código de Processo Penal que não só liberta maníacos e violadores como permite que essa espécie rara que aprecia amontoar cabelinhos encaracolados viva sem ser numa catacumba.

Sejamos sérios,
Serra