Tuesday, November 14, 2006

Os dias da rádio

Mal sabia Nikola Tesla que a sua invenção serviria propósitos tão sórdidos. Muito se haveria Marconi de bolsar perante as repugnantes ondas de rádio que assolam o éter português.

É de pasmar como se permite com toda a impunidade aquilo que se ouve na rádio portuguesa. O Inspector Serra é defensor de que apenas deveria ser permitida a difusão de música, trânsito e publicidade pois para diálogos entre labregos profissionais e labregos ouvintes já não há paciência. Imagino que muitos dos acidentes automobilísticos que existem por esse país fora se devam às barbaridades que ouvimos na rádio; a mente, desatenta ao disparate, recebe a mensagem de merda, bloqueia com a anormalidade e PIMBA, acidente!

Desde pedidos para se levantar o rabo preguiçoso da cama, quer a descrições de fins de semana, quer a sketchs completamente sem nexo, a musiquinhas cantadas pelos comparsas, de tudo se ouve na rádio, sem censura, directamente para o tímpano do ouvinte.

Já não há paciência… Pobres de espírito a comunicar com miseráveis de espírito em ínfimas partilhas de fait divers, em abraços virtuais de apoio extra fronteiras, em pedidos para passar músicas de merda nas mesmas rotinas de merda (pois as rádios passam sempre a mesma coisa)…

Por amor de deus, alguém crie a rádio silêncio para que a possamos sintonizar e, pelo menos durante os minutos que conduzimos, possamos não estar a ser bombardeados com bosta em língua portuguesa.

Sejamos sérios,
Serra

Monday, November 13, 2006

Idolos

O Inspector Serra acha patética a ideia instalada na mente pequenina de uma ínfima cambada de labregos de idolatrarem outros labregos apenas e só por aparecem a bebericar uns copos de Murganheira ou Gatão (sim… porque para champagne à séria não há plafond) numa qualquer festa de 3ª realizada numa casa de putas camuflada de discoteca.

O poder da fotografia impera nestes espíritos tacanhos de tal forma que os leva a acreditar que sucesso se mede pelo número de vezes que se aparece em fotografias na Caras ou em entrevistas na Lux. Acham fantásticas putéfias como a Cinha ou panascões com o Castelo Branco que de conde só tem a masmorra escancarada daquela bilha.

Mas que caralho… queixam-se disto e daquilo mas para subsidiar estas merdas estão sempre na fila da frente! Sejam os paneleiros do Castelo Branco, ou do preto que anda para aí a fazer entrevistas com ar apanascado, seja a estas novas putas das novelas que dizem que conseguiram tudo com trabalho enquanto limpam o cantinho da boca o Inspector Serra tem simplesmente um entusiástico “Vãotamazétodospóqueeeralho” para lhes dizer!

E enquanto se queixarem que a vidinha lhes corre mal enquanto lêem essas revistinhas merdosas ou enquanto papam novela atrás de novela percebam que não é assim que saiem da merda mas simplesmente se enterram mais nela!

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, November 07, 2006

Portugal a meio da tabela da corrupção entre países da UE

Parece que, de acordo com o ranking elaborado pela organização Transparency International, Portugal está na 26ª posição dos países menos corruptos a nível mundial. Mau trabalho o dos nossos governantes que poderiam ter investido em alguns almoços, pago algumas viagenzitas aos tipos da Transparency ou até dar-lhes a tal “fruta” de que tanto se fala no caso do apito dourado para inverter esta tendência de nos aproximarmos das Finlândias e Suécias.

É por estas e por outras desatenções que o país está merda. Se nos tiram a fama de corruptos qualquer dia tiram-nos o fado, o tinto ou até o futebol. Andam a estragar a nossa fama e o nosso intrínseco ser, no fundo andam a ver se arruínam a nossa identidade teimando à força moldar-nos em quem não somos.

Nada pior do que nos tornarmos em quem não fomos talhados para ser. Se já nascemos corruptos nada como orgulhosamente o demonstrarmos e aparecermos lá para cima, nas posições cento e tal, bem atrás do Haiti ou do Burkina Faso e alegremente transmitir à comunidade que não papamos regras e burocracias, que somos chicos espertos e que ainda gozamos com os totós dos escandinavos que acham uma aventura andarem na faixa do bus.

Vamos fazer da corrupção, parafraseando o Michael Porter, a nossa vantagem competitiva, vamos impingir ao ICEP que lance a marca Portugal baseada na corrupção, vamos torná-la a nossa bandeira e não o lixo que teimamos em esconder debaixo do tapete.

Está na hora de tirarmos os esqueletos dos armários e nos assumirmos como a sociedade corrupta que somos e assim, com a corrupção às claras, tudo se torna bem mais transparente. Que o digam os milhares de gajos que com uma notinha de cinquenta se safaram de o Serra os multar forte e feio.

Sejamos sérios,
Serra