Friday, January 04, 2008

Obamania

O Obikwelu da política americana arrancou dos blocos a deixar a menina e o tótó a comerem poeira.

Se perguntarem ao Inspector Serra acho isto uma premonição do que, mais cedo ou mais tarde, terá de acontecer no mundo - acabar-se com o status quo, com a mania de só os Clinton nos States é que mandam ou só os Soares em Portugal é que são espertos. Acabar com os tachos, com o compadrio, com a tapinha nas costas ou abaixo...

Às vezes não há nada como um tratamento de choque como foi este palerma que por lá anda por terras do uncle Sam para que as pessoas abram os olhos e mudem para um tipo que, pelo menos, não tem a mania de que os USA é que mandam nisto tudo e que são os maiores. Ou seja, se o Barack acabar por ganhar arrisca-se é a levar com um balázio mais cedo ou mais tarde.

E, todos nós sabemos, que geralmente quem leva balázios ou são os heróis ou os putos que festejam o ano novo em Chelas.

Sejamos sérios,
Serra

Friday, September 21, 2007

Cartões de visita

Há muita coisa que irrita o Inspector Serra mas cartões de visita estão claramente no top. Não há reunião que um gajo tenha que não haja um tipo que, orgulhoso do design gráfico estampado na pasta de papel, não escorregue um cartão pela mesa dizendo “Aqui tem o meu cartão”.

Escusado será dizer que o raio do cartão rapidamente se desfaz em 4 e é carinhosamente depositado para reciclagem embora conheça alguns tipos que os coleccionam, estilo cromos, numas cadernetazinhas...

Já algum destes gajos se perguntou que se eu fosse a carregar os cartões todos que me dão parecia que trazia o fogão no bolso de trás? Passa-lhes pela cabeça que não vou passar o número para o telemóvel e rapidamente destroçar o cartão?

Porquê tanto amor, tanto querer de originalidade numa aplicação que invariavelmente termina desfeita num frio e desamparado saco preto?

Hoje nem estava para me pôr a escrever mas, quando fui marcar o tipo para me cortar o cabelo, o gajo teve o cuidado de me dar um cartãozinho e sugerir que da próxima posso ligar...

Pode ser que o homem do lixo aproveite o cartão!

Sejamos sérios,
Serra

Thursday, September 20, 2007

The return

Faz quase um ano que não debito informação neste pardieiro... é como se fosse ontem que a última frase aqui foi escrita, como se ainda agora sentisse os pivots do Guedes a quebrarem-se à bastonada... bons tempos...

Isto de ser funcionário público não é fácil e, para mais, agora com tudo o que é imprensa estrangeira de olho na PJ, torna a nossa função de coçar a pintelheira cada vez mais complicada. Os camones não percebem o nosso modus operandi e como é que se lhes vai explicar que beber minis e comer tremoço não é mais eficiente do que o que eles fazem lá por terras de Sua Majestade?

Já que veio à conversa o sempre actual tema do pêlo púbico eis que o Inspector Serra reparou, quando ia fazer o seu xixi aqui na latrina da PJ, que houve algum artista que colocou pintelhagem, em montinho, no topo do urinol. Para quem acha que não leu bem à primeira ou que as cataratas lhe estão a pregar partidas repito: “É verdade. Pintelhagem”.

A vista do Inspector Serra bloqueou, ali ficou, incrédula, a mirar o gang do pintelho alegremente confraternizando como num acampamento escuteiro realizado na reluzente loiça branca.

Não me venham com Casas Pias, Apitos Dourados ou Maddies. Para o Inspector Serra era parar todos os processos e colocar tudo quanto é operacional em busca da mente perversa responsável por tamanha atrocidade.

Será que desviar capitais ou fugir ao fisco não é um crime menos violento que isto? Será que o Marcelo ou o Jorge Miranda não encontram lá na constituição um artigo a mencionar que o ajuntamento, em montinho, de pintelhos constitui ofensa grave?

Será que também não era de enviar os ditos para Birmingham para os analisarem e chegarem ao culpado?

Perguntas válidas que continuam sem resposta nem à luz desta merda de novo Código de Processo Penal que não só liberta maníacos e violadores como permite que essa espécie rara que aprecia amontoar cabelinhos encaracolados viva sem ser numa catacumba.

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, November 14, 2006

Os dias da rádio

Mal sabia Nikola Tesla que a sua invenção serviria propósitos tão sórdidos. Muito se haveria Marconi de bolsar perante as repugnantes ondas de rádio que assolam o éter português.

É de pasmar como se permite com toda a impunidade aquilo que se ouve na rádio portuguesa. O Inspector Serra é defensor de que apenas deveria ser permitida a difusão de música, trânsito e publicidade pois para diálogos entre labregos profissionais e labregos ouvintes já não há paciência. Imagino que muitos dos acidentes automobilísticos que existem por esse país fora se devam às barbaridades que ouvimos na rádio; a mente, desatenta ao disparate, recebe a mensagem de merda, bloqueia com a anormalidade e PIMBA, acidente!

Desde pedidos para se levantar o rabo preguiçoso da cama, quer a descrições de fins de semana, quer a sketchs completamente sem nexo, a musiquinhas cantadas pelos comparsas, de tudo se ouve na rádio, sem censura, directamente para o tímpano do ouvinte.

Já não há paciência… Pobres de espírito a comunicar com miseráveis de espírito em ínfimas partilhas de fait divers, em abraços virtuais de apoio extra fronteiras, em pedidos para passar músicas de merda nas mesmas rotinas de merda (pois as rádios passam sempre a mesma coisa)…

Por amor de deus, alguém crie a rádio silêncio para que a possamos sintonizar e, pelo menos durante os minutos que conduzimos, possamos não estar a ser bombardeados com bosta em língua portuguesa.

Sejamos sérios,
Serra

Monday, November 13, 2006

Idolos

O Inspector Serra acha patética a ideia instalada na mente pequenina de uma ínfima cambada de labregos de idolatrarem outros labregos apenas e só por aparecem a bebericar uns copos de Murganheira ou Gatão (sim… porque para champagne à séria não há plafond) numa qualquer festa de 3ª realizada numa casa de putas camuflada de discoteca.

O poder da fotografia impera nestes espíritos tacanhos de tal forma que os leva a acreditar que sucesso se mede pelo número de vezes que se aparece em fotografias na Caras ou em entrevistas na Lux. Acham fantásticas putéfias como a Cinha ou panascões com o Castelo Branco que de conde só tem a masmorra escancarada daquela bilha.

Mas que caralho… queixam-se disto e daquilo mas para subsidiar estas merdas estão sempre na fila da frente! Sejam os paneleiros do Castelo Branco, ou do preto que anda para aí a fazer entrevistas com ar apanascado, seja a estas novas putas das novelas que dizem que conseguiram tudo com trabalho enquanto limpam o cantinho da boca o Inspector Serra tem simplesmente um entusiástico “Vãotamazétodospóqueeeralho” para lhes dizer!

E enquanto se queixarem que a vidinha lhes corre mal enquanto lêem essas revistinhas merdosas ou enquanto papam novela atrás de novela percebam que não é assim que saiem da merda mas simplesmente se enterram mais nela!

Sejamos sérios,
Serra

Tuesday, November 07, 2006

Portugal a meio da tabela da corrupção entre países da UE

Parece que, de acordo com o ranking elaborado pela organização Transparency International, Portugal está na 26ª posição dos países menos corruptos a nível mundial. Mau trabalho o dos nossos governantes que poderiam ter investido em alguns almoços, pago algumas viagenzitas aos tipos da Transparency ou até dar-lhes a tal “fruta” de que tanto se fala no caso do apito dourado para inverter esta tendência de nos aproximarmos das Finlândias e Suécias.

É por estas e por outras desatenções que o país está merda. Se nos tiram a fama de corruptos qualquer dia tiram-nos o fado, o tinto ou até o futebol. Andam a estragar a nossa fama e o nosso intrínseco ser, no fundo andam a ver se arruínam a nossa identidade teimando à força moldar-nos em quem não somos.

Nada pior do que nos tornarmos em quem não fomos talhados para ser. Se já nascemos corruptos nada como orgulhosamente o demonstrarmos e aparecermos lá para cima, nas posições cento e tal, bem atrás do Haiti ou do Burkina Faso e alegremente transmitir à comunidade que não papamos regras e burocracias, que somos chicos espertos e que ainda gozamos com os totós dos escandinavos que acham uma aventura andarem na faixa do bus.

Vamos fazer da corrupção, parafraseando o Michael Porter, a nossa vantagem competitiva, vamos impingir ao ICEP que lance a marca Portugal baseada na corrupção, vamos torná-la a nossa bandeira e não o lixo que teimamos em esconder debaixo do tapete.

Está na hora de tirarmos os esqueletos dos armários e nos assumirmos como a sociedade corrupta que somos e assim, com a corrupção às claras, tudo se torna bem mais transparente. Que o digam os milhares de gajos que com uma notinha de cinquenta se safaram de o Serra os multar forte e feio.

Sejamos sérios,
Serra

Friday, October 27, 2006

Pills and Piss

A vida de defensor da justiça não é fácil… depois de várias operações no estrangeiro eis que o Inspector Serra volta a terras lusitanas para se deparar com o verdadeiro clima de terror que assola este solo outrora povoado pelos mouros que, em comparação com o que por aí anda, seriam hoje reais candidatos a qualquer prémio literário ou cultural.

Quando os dedos do Inspector Serra começavam a perder calo de escrevinhar neste espaço de memórias alguns acontecimentos aconteceram ontem que levaram o Inspector Serra a regressar a este mundo e desabafar o seu stress nestas parcas palavras de forma a não ter de tornar parca a cremalheira dental de muitos seres que connosco povoam estes limitados metros quadrados a que alguns chamam país.

Passo a citar para a acta, enquanto avio um chuto no bronco do Guedes para o incentivar a dactilografar, de forma a que isto fique para sempre registado:

Ontem deixei a criada a tratar lá da Maison le Serra. Nisto, quando volta da esquadra, lá pela noitinha, vou à bancada da cozinha onde tinha depositado uma embalagem de comprimidos e, tá tu? Onde é que estão? Toca de ligar para a labrega que informa o Inspector que pensou que eram para deitar fora… Lixo com 10 euros em pills… toca o Serra de ir à farmácia comprar mais… nisto, já com os nervos em franja, no regresso, deparo-me com um cabrão de um velho, passeando orgulhosamente o seu fato à treino da Arena e vejo que a velha carcaça trava a fundo atrás de um vidrão, saca do dito para fora e inicia o mijatório ali mesmo…

O Inspector Serra tinha apenas duas saídas. Colocar baixa por insanidade e não acreditar naquilo que os seus olhos garantiam ser verdade ou então, opção que decidiu tomar, voltar atrás e berrar aos ouvidos do gebo: “pahhhhh, ò cabrão, então isto mija-se aqui, hem? Toca a andar…”

Lá obedeceu à autoridade e desandou ainda a pingar na merda do fato à treino…

Raio de terra esta onde estamos mais rodeados por broncos do que por ar!

Sejamos sérios,
Serra